O Grito

Tiraram minha Pérola, sou concha vazia.
Roubaram minha Estrela, sou noite fria.
Apagaram a Luz do meu farol.
Silenciaram o Canto do meu rouxinol....

Colocaram meus sonhos numa caixa de nadas.
Dizem que o Mundo não é conto de fadas.
Que quando crescer... tudo será diferente.
Quando pagar impostos e me tornar gente!!!

Mas eu não sou peça de engrenagem!!!!
Nem os meus sonhos simples Miragem.
Quero vivê los em toda a sua PLENITUDE!
Não quero amarras à minha JUVENTUDE.

E.
eu não serei aquilo que esperas....
Advogado, doutor essas falsas Quimeras.
Que te definem o valor d'uma pessoa,
Se ela é má [sem estudos] ou se ela é boa!

E,
eu não viverei as tuas falsas quimeras....

SM

P'la tua vontade

Quero ser a tela do teu Pincel.
Que pintes em mim teus desejos.
Até que toda a minha pele,
esteja coberta p´los teus beijos!!!
                                                         
Quero ser o violoncelo do teu Arco.
E que toques em mim a tua melodia.
Que transforma meu corpo num charco.
pelo clímax do teu Hino d' Alegria...

Quero ser Barro na tua... mão
Tornar me em vaso de receber
ser moldada [por ti] até à exaustão...
e no final...em ti adormecer!

Porque sem ti, sou artigo indefinido.
é p'la tua vontade que sou  "A" especial.
Sem ti, sou uma Cinderela num vestido
Contigo sou A Dama de Cristal...

SM

no (F.)uture

Esgravato a minha alma em busca de um vestígio que seja.
Um vestígio que me faça recordar de ti!
Uma centelha de luz, que a minha alma tanto almeja.
Que me faça sentir que nunca saíste daqui!!!

Esgravato, procuro, viro do avesso o meu coração.
Mas tu já não estás. Interrogo-me se algum dia estiveste.
E vejo as cinzas da nossa última doce recordação!
Espalhadas pelo vento que veio de leste.

E após tanto esgravatar... esqueço-me do que procuro!
Quem eu sou, quem nós fomos, quem tu eras.
No fundo não passámos de meras quimeras.
Esgravato novamente... mas já não és o meu Futuro.

SM

Na lágrima de Amália

Sou apenas a puta velha de esquina.
A cartomante que te lê a falsa sina.
Os sonhos despedaçados de menina!
A casa velha da aldeia em ruína....

E, assim permaneço nesta dormência.
Até ao teu regresso...
doce diligência!!!
Que acabe com toda a Violência.
Provocada pela tua súbita ausência.

Oh meu Amor, que caminhos são os teus??
Na lágrima de Amália levanto me com mais penas.
E recordo os teus passos ecoarem nos meus!!!
Porque sem ti meu querido, Sou apenas....

SM